Alimentos saudáveis ou nem tanto assim

    De acordo com alguns especialistas em nutrição, certos alimentos, supostamente saudáveis, podem comprometer uma boa dieta devido ao seu caráter nocivo ao organismo. Por conta disso, vale a pena conhecer algumas armadilhas causadas pela aparência ou pela desinformação, que levam muitas pessoas a ingerirem determinados produtos.

    A verdade é que a mídia está lotada de alimentos milagrosos, mas não podemos acreditar em tudo que vemos ou ouvimos. A seguir, confira alguns exemplos do que deve ser evitado ou mesmo eliminado do seu cardápio.

    Atenção aos alimentos integrais

    Definitivamente os integrais são os queridinhos no rol dos alimentos saudáveis. Não é de hoje que se criou o hábito de dizer que tudo que é integral é saudável. Mas não é bem assim. Segundo os nutricionistas, alimentos integrais são aceitáveis e benéficos apenas quando estão em estado orgânico. Os especialistas alertam para a quantidade extrema de agrotóxicos que podem acabar se concentrando em alguns dos alimentos ricos em fibras.

    Somando-se a isso, no que concerne a pães, biscoitos e outras massas “integrais”, é preciso ler muito bem o rótulo! Muitas vezes os fabricantes utilizam a farinha branca invés da integral como constituinte principal. Não bastasse a farinha branca, há a adição de conservantes e corantes artificiais nesse tipo de alimento para aumentar seu tempo de prateleira.

    Nem toda salada é recomendada

    Associar salada à palavra saúde é igualmente comum. E, de maneira alguma está errado, a inclusão de verduras e legumes na dieta deve ser incentivada. Esses alimentos são fontes de fibras e outros nutrientes, auxiliando no bom funcionamento do nosso corpo.

    Aqui os vilões são os acompanhantes, como molhos prontos, maionese, óleos e sal. As pessoas têm o péssimo hábito de encher suas saladas com esses ingredientes. Isso produz um acúmulo absurdo de calorias, que com certeza, levarão muito tempo para serem “expelidas” do corpo. Portanto, não abuse dos temperos. Além dos molhos, o sal em excesso também faz bastante mal à saúde. Prefira temperos leves como limão, azeite e sal em doses mínimas. Outro cuidado que deve ser tomado em relação às saladas é a sua respectiva lavagem, que deve ser priorizada e realizada sem pressa afim de se evitar problemas estomacais.

    Sucos e chás

    Sucos e chás são ótimos para saúde, mas apenas quando são naturais. Os famosos sucos “de caixinha” são uma péssima escolha. E eu nem vou comentar sobre os sucos em pó, eles são ainda piores. A objeção em relação aos sucos artificiais é que eles detêm uma grande quantidade de conservantes, corantes e açúcares. Estes ingredientes responsáveis pelo sabor característico e a durabilidade do produto podem fazer muito mal a saúde. Os conservantes trazem prejuízos às funções intestinais, os corantes (ex. tartrazina) provocam reações alérgicas adversas e, os açúcares obviamente mexerão com seu peso. Como se não bastasse, esses sucos também podem conter altas concentrações de sódio.

    Por tudo isso, é claro que os sucos naturais devem ser priorizados em detrimento dos demais. Um outro fator que contribui para isso é a manutenção das vitaminas, que no caso dos artificiais se dissipam no meio dos processos. Um detalhe interessante a se salientar sobre os sucos é que o de laranja, mesmo natural, é bem calórico.

    No caso dos chás, a recomendação é evitar os em lata ou de caixinha. Os chás “prontos para beber” são tão prejudiciais quanto os refrigerantes. Os flavonoides, que atuam como antioxidantes são mantidos, mas o problema é em relação às elevadas doses de açúcar que esses chás possuem. Chás são bebidas maravilhosas que colaboram com o bom funcionamento do organismo, crie o hábito de fazê-los com ervas frescas e consumi-los sem adição de açúcar ou adoçante.

    Comida Japonesa

    Dizer que comida japonesa é saudável às vezes é redundante. Porém cuidado com o excesso de molho de soja, devido sua alta concentração de sódio. Além disso, muitos dos pratos são acompanhados de arroz e, na cultura japonesa sua preparação leva açúcar, vinagre, sal e aromatizantes.

    Dê preferência ao sashimi (fatias de peixe consumidas cruas), que possui pequenas taxas calóricas. Mas muita atenção ao seu modo de conservação, o consumo de carnes cruas (não importa a espécie) necessita o dobro de ponderação. Vá a restaurantes de sua confiança!

    Barras de cereais

    Consumidas com o intuito de recuperar parte da energia perdida após a realização de atividades físicas, algumas barras de cereais tendem a ocultar calorias. O grande problema é que algumas marcas abusam dos açúcares, xarope de milho e gorduras trans na sua constituição. Sem contar às que apresentam cobertura de chocolate ao leite ou chocolate branco. É importante observar o rótulo antes de escolher sua barrinha, você pode estar comprando um doce invés de um lanche saudável.

    Tapioca

    A tapioca causa muitas controvérsias. Tem quem diga que, além de emagrecer, este é um alimento extremamente saudável. Mas, vamos com calma. Realmente, em relação às calorias, é preferível comer uma tapioca do que um pão.

    A tapioca possui “amidos seguros”, ou seja, carboidratos que não fazem mal à saúde. Porém é basicamente isso, este alimento não contém muitos nutrientes, podendo o amido ser transformado em açúcar pelo nosso organismo. Há ainda estudos que associam a ingestão de tapioca com o aumento do índice glicêmico.

    Frutas desidratadas

    Quanto às frutas desidratas, o mal é o processo de desidratação e os conservantes e açúcares adicionados. Para se ter uma ideia, uma porção de 30g de maçã desidrata pode conter 96 calorias, enquanto o alimento in natura apresenta apenas 22 calorias.

    Assim, selecione bem os alimentos que farão parte de sua dieta, existem muitas opções saudáveis no mercado. Preste atenção aos rótulos, pesquise mais sobre o assunto se for preciso. Mas, principalmente, não deixe que promessas milagrosas e embalagens bonitas tem enganem.

    Avatar de Fátima Watanabe

    Formada em biblioteconomia pela UFMG, Fátima Watanabe começou na sua área escrevendo artigos sobre as obras de Dante Alighieri e sua importância dentro da literatura. Hoje, Fátima passa seus dias como pesquisadora de sua área, integrando o uso de palavras-chave na pesquisa didática e ainda escreve editoriais e artigos no Revista Top Saúde.